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Artéria, Urbânia, Contravento, Menelick, Panorama dos Zines, Dazibao, Vaidapé, Miolo Frito, Cisma, Cícero, Yoyo, Contraste, Comando, Mó, Nossa Voz, Grampo Canoa, Borda, Ugritos, Ganga, Tempos Fantásticos, Série Postal, Ante.

 

Arte, poesia, política, cultura, arquitetura, cidade, periferia, urbanismo, feminismo, quadrinhos. Offset, digital, serigrafia, risografia, xerox. 22 periódicos, mais de 150 edições.

 

A paixão e um sentido existencial unem as revistas, jornais e zines encontrados durante os seis meses de pesquisa. Praticamente todos os editores trabalham sem retorno financeiro. Dedicam tempo e trabalho por acreditar que aquele conteúdo – verbal e visual – tem sentido em existir – e periodicamente – no mundo. A maioria surgiu a partir de coletivos que se uniram para discutir uma questão, pensar um espaço, experimentar algum fazer artístico e gráfico.

 

A dificuldade de conciliar o trabalho que paga contas e a dedicação aos periódicos sempre está presente. A distribuição e a sustentabilidade financeira da publicação são desafios. Todos acreditam que o impresso é importante, e é na distribuição que o objeto físico se mostra essencial. A materialidade promove encontros, alcança lugares e gera debates coletivos que o digital dificilmente proporcionaria.

 

As livrarias mais convencionais praticamente não conhecem esses trabalhos. As altas taxas e algumas exigências fazem com que a venda nesses locais seja praticamente inviável. Alguns circulam nas feiras de publicação independente – que crescem ano a ano e foram citadas por vários entrevistados como o principal meio de distribuição –, outros fazem uma distribuição corpo a corpo usando suas redes de colaboradores, alguns estão nos centros culturais da cidade, outros circulam em públicos menores relacionados a determinado conteúdo.

 

Alguns são gratuitos, outros são vendidos. Editais, autofinanciamento e vendas são caminhos tentados para a sustentabilidade financeira. A maioria se preocupa em manter seu trabalho acessível, tanto no preço quanto nos locais em que são distribuídos.

 

As dificuldades e desafios fazem com que poucos consigam uma periodicidade regular. E tudo bem! Importa mais que a proposta se desenvolva no tempo, apesar dos pesares, e que a ideia resista fora das regras convencionais que ditam o mercado de publicações e determinam os seus conteúdos.

 

É um cenário vivo e rico. Entre as entrevistas e esta exposição, novas edições foram publicadas, outros periódicos foram descobertos. Isso só na cidade de São Paulo, ainda tem o resto do Brasil.

Essa pesquisa foi desenvolvida por Marcela Souza a partir do Prêmio Pesquisador do edital Programa de Exposições 2017 do Centro Cultural São Paulo.

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